Da Janela do meu gabinete, eu e a minha amiga e colega, a saudosa Ana Sabugosa, vimos chegar dois jovens, que olhavam para todo o lado com ar curioso e com um sorriso nos lábios.
Passaram à porta do estúdio e a Ana disse no seu brasileiro aportuguesado “Tadjinhos, tão menininhos”.
Fiquei curiosa e fui até lá para ver quem eram, e com a minha loucura habitual, perguntei: “Então crianças, o que se passa? Estão à procura de quem?”.
Durante segundos não obtive resposta e um deles, com um sorriso tímido, disse: “Eu sou o Ricardo. Olá. Como está?” e sem me dar tempo de reagir deu-me 2 beijinhos e um abracinho bem carinhoso. Sorri e levei-os ao estúdio.
Foi assim que conheci o Ricardo Velho, um menino de sorriso tímido, com um olhar cheio de ilusões e uma vontade determinada.
Fomos acompanhá-lo num dia de ensaio e conversar um pouco com ele. É esse dia que vamos partilhar consigo.

Conheço-te há 20 anos e sei quem és e o que és! O público em geral sabe que és cantor e um jovem que quer vencer na música. Acho que agora é o momento de te perguntar e seres tu a dizer aos leitores, para que te conheçam um pouco melhor:” Quem é Ricardo Velho?”
Ricardo Velho é um jovem que procura o seu lugar na música portuguesa, agora num estilo mais Pop/Comercial, que sonha conseguir chegar ao grande público com as suas canções bem ritmadas e algumas também intemporais.
Segundo o Filósofo Friedrich Nietzsche “Sem música a vida não faria sentido”. Concordas com esta afirmação? O que é para ti a música?
SEM DÚVIDA!!!
A música faz parte da vida do Ser Humano. É na música que nós podemos ir buscar todo o tipo de reações. Nós vivemos de momentos e se pudermos ter a música a fazer parte das nossas vidas, seremos muito mais felizes.
Quando em 1999 te cruzaste na rubrica Big Caloiro do Big Show Sic com o “Henrique”, tinhas um objetivo traçado e querias alcançá-lo. Imaginavas que a dupla Ricardo e Henrique teria o êxito e a popularidade que atingiram?
Nunca pensei que iríamos atingir esse tal sucesso, o meu sonho era apenas mostrar ao público o que realmente amo fazer: cantar.
O ensaio ia decorrendo e a conversa fluindo…
Durante cerca de 20 anos vocês chegaram ao coração do público e criaram uma legião de fãs. Foi fácil lidar com essa popularidade?
A popularidade foi a última coisa em que pensei, a vontade de subir aos palcos era mais forte que a fama. A fama é sinónimo de sucesso, mas também pode prejudicar quem não a sabe gerir da melhor forma. Só tenho de agradecer a todo o público que me acarinhou durante todos estes anos e continua a estar ao meu lado.
Por motivos pessoais, que não interferiram na verdadeira e bonita amizade que os unia e continua a unir, o vosso caminho seguiu trajetórias diferentes. Tu continuaste na música e a prosseguir com o teu sonho. Começaste uma carreira a solo. Qual foi o teu sentimento quando pisaste pela primeira vez o palco como Ricardo Velho?
Foi uma sensação incrível!

Senti que era o meu momento, o momento de mostrar o meu valor agora a solo, mostrar o novo Ricardo Velho, nunca esquecendo o que fiz durante 20 anos.
Começar uma carreira a solo não é um caminho fácil embora o teu percurso profissional já fosse conhecido do grande público, mas nunca é fácil. Quem te apoiou e apoia atualmente nesta nova etapa?
Nunca será fácil. A palavra “fácil” não existe no dicionário dos fortes. Mas sim, tenho pessoas fantásticas, que me estão a apoiar incondicionalmente, que acreditam no meu trabalho, e é por elas também que luto todos os dias.
A música deu-te, seguramente, grandes alegrias e algumas tristezas e deceções. Qual foi a tua maior alegria no meio musical? E a tua maior tristeza ou deceção?
Na música, como qualquer trabalho, há momentos bons e outros menos bons. Dos bons tiramos o maior proveito, dos menos bons encaramos como uma aprendizagem para não voltarmos a cometer os mesmos erros. Mas tive muitos momentos bons, ter o privilégio de subir a grandes palcos com artistas como o Luan Santana, por exemplo. O menos bom foi, sem dúvida, ter atuado no dia que o meu pai faleceu.
No álbum “Por mais um dia” que inclui os temas “Apenas Humano” e “Bonita”, que mensagem pretendes que transmita ao público?
O álbum “Por mais um dia” é o meu primeiro álbum digital com 3 temas, onde eu pretendo transmitir ao público que sou capaz de seguir uma vertente diferente da que fazia, mais comercial. Eu diria que sou um mensageiro. Todos os temas têm uma mensagem, cada um à sua maneira e cada pessoa ouve e sente da forma que quer.

E projetos para o futuro? Que surpresas nos reservas?
Estamos a preparar um novo Ricardo Velho. Tenho as pessoas certas na minha vida e acredito que o futuro seja risonho 😊 Fiquem atentos!
E foi assim o nosso dia com Ricardo Velho, o jovem que ama música, que adora ser cantor e que ficou com um brilho no olhar quando lhe dissemos: “Continua o ensaio. O teu público espera por ti”.
Agradecimentos: Nirvana Studios. www.nirvana.pt








