O Estórias Magazine dá as boas-vindas a 2024 com uma entrevista ao apresentador, da TVI. Nesta, o comunicador fala dos seus planos profissionais e pessoais para o futuro, revela a sua principal qualidade e defeito e conta o que o tira do sério.
Manuel Luís Goucha, nascido a 25 de dezembro, em Lisboa, é um homem de televisão que completa em 2024, 40 anos de carreira no mundo televisivo.
Começou o seu percurso na RTP, nos anos 80 e 90, de 2004 a 2020, apresentou, na TVI, o Você na TV e desde 2021 que apresenta o talk-show intimista Goucha.
Criticado por uns e amado pela maioria dos seus espectadores/seguidores, é um homem que sabe o que quer, para onde quer ir e que luta pelas suas convicções e objetivos.
Há tanta coisa que gostaríamos de dizer sobre ele, mas vamos limitar-nos a ler as palavras que gentilmente nos dedicou.
O Manuel Luís já indicou que o seu contrato com a TVI termina em 2024. A seguir, pretende desfrutar, em pleno, da sua reforma? Que coisas quer fazer?
O meu actual contrato com a TVI termina realmente a 31 de Dezembro de 2024 mas tal facto está longe de querer dizer que me vou reformar. Nunca falei em reforma porque não tenciono reformar-me. É o mesmo que pedir a um artista que se retire dos palcos. Enquanto me sentir capaz, enquanto sentir a magia da televisão, enquanto existirem projectos que me entusiasmem como apresentador continuarei a fazer televisão. O que disse, e gostaria que acontecesse, é que pretendo diminuir o ritmo, deixando de fazer programas diários (faço-os ininterruptamente há 30 anos) passando a semanais, ganhando assim outro tempo para mim e para outros projectos que possa vir a querer desenvolver. Há outras formas de comunicar.
Fazer ocasionalmente programas à noite está fora dos seus planos? Consegue mesmo viver sem fazer uma perninha em televisão?
Fazer programas à noite é uma hipótese desde que haja interesse em mim e me agrade o projecto.
O programa “Goucha” é visto e seguido por milhares de portugueses. Uns porque é o Manuel Luís a apresentar e outros porque ficam deslumbrados e presos ao ecrã a observar a sua fisionomia e entender quando o seu olhar denuncia os muitos momentos de emoção que o invadem. É difícil controlar esses momentos?
O programa “Goucha” tem-se revelado de grande sucesso no seu horário devido aos protagonistas, ou seja, às pessoas que generosamente se sentam à minha frente para me contarem as suas histórias de vida. Todos temos a nossa história. Serão histórias umas de coragem, outras grande resiliência, muitas de sucesso … comuns a tantas pessoas. A mim cabe-me ouvir (aprendi a fazê-lo com este programa) e encaminhar a conversa. Nesse exercício (nesta tão digna disciplina televisiva que é a conversa) haverá muitos momentos que me emocionam, mas procuro controlar essa emoção para que o protagonismo de quem conta a sua vida não se perca. Se eu soçobrar logo o foco da conversa vai para mim e isso não quero.
Mas falemos do futuro…
O livro de receitas “À Moda do Rui” que lançou juntamente com o seu marido Rui, é um projeto único ou será um dos vossos projetos com continuidade?
Já é o nosso segundo livro e já está outro a ser pensado. Este compila a maior parte das receitas que o Rui apresentou no meu programa ao longo de ano e meio. Receitas fáceis, criativas e acessíveis de que as pessoas gostaram muito. Receitas do nosso quotidiano. Acrescentei algumas minhas de doces e variadas dicas e truques culinários.
Em 2021 mencionou em entrevistas um programa de cavalos que seria apresentado por si e em que o seu marido, Rui Oliveira, também participava. Mas até ao momento ainda não foi emitido. Está esquecido ou será um dos seus novos projetos?
Nunca falei em entrevista desse projecto, divulguei algumas imagens nas minhas redes. É uma série de mini-programas pedidos pelo departamento comercial da TVI por encomenda de um cliente com vista a um produto que ainda não foi desenvolvido. A série tem uma qualidade magnífica, o Rui fez parte da produção e co-apresentou. Penso que as outras estações também foram chamadas a fazer idêntico trabalho para o mesmo cliente. Pela nossa parte está feito.
Já disse no seu programa, que nos seus planos para 2024, está a tirar um curso profissional de tarot, com a Maya. Por que razão decidiu fazê-lo? O que o fascina na astrologia?
Sou muito curioso e essa é uma área a que acho graça apesar do meu cepticismo. O que não se explica fascina-me e leva-me à procura.
Acredita no destino ou o desconhecido fascina-o?
Acredito que apesar dos imponderáveis sou eu que traço o meu destino através das minhas escolhas e decisões. Mas é possível que a Vida tenha planos para mim.
O que o tira do sério, no dia a dia?
A vulgaridade não me tira do sério, mas incomoda-me.
Qual a principal qualidade e o pior defeito que lhe costumam apontar?
Não sei o que os outros pensam de mim. E não me conhecem para além do apresentador. Perguntei ao Rui (ele sim, conhece-me) que qualidade me acha, respondeu que sou generoso. Quanto a defeito, acha que sou influenciável (quanto a isto não concordo!).
O seu sonho de menino concretizou-se. Quando pensa nisso o que mais o sensibiliza: ser conhecido como o Senhor Apresentador ou como o Manuel Luís, que com um simples gesto e um brilho no olhar, contribuiu para a felicidade de muitos que o procuraram?
Tendo cumprido o sonho de fazer televisão orgulho-me do profissional em que me tornei. Achar que faço feliz muitas pessoas seria pretensioso da minha parte. Sou grato à Vida porque tenho a vida que escolhi para mim. Plena, inteira, feita de nervo e verdade!
