
O Altice Arena, no dia 3 de novembro, reuniu gerações com o concerto dos Titãs, que escolheram Portugal como o único destino na Europa, para apresentar a digressão “Encontro – Todos ao mesmo tempo agora“.

Os 40 anos da sua formação inicial, são comemorados nesta digressão, que junta ex-integrantes numa festa memorável.
A banda de rock brasileiro, uma das mais aclamadas do Brasil, formou-se em São Paulo, nos anos 80 e no final da década, a sua estreia coincidiu com a dos “Xutos & Pontapés”, em Portugal.
Ligados emocionalmente, à banda portuguesa, na noite do espetáculo cantaram um cover do tema “A minha casinha”, como homenagem ao já falecido Zé Pedro, que foi recordado com emoção.
Sem lotação completamente esgotada, o público preencheu, como que num todo, a sala, com a sua alegria e entusiasmo, num encontro de gerações e de sons de vozes, pianos, guitarras e até do saxofone, num misto de entrega e energia contagiante.
Todos na casa dos 60 anos, mais ano menos ano, cada um dos músicos suplantou o potencial da sala.

Os Titãs iniciaram a viagem musical com a célebre “Diversão”.
Em palco estavam Sérgio Britto e Tony Bellotto e os que regressaram propositadamente para este encontro como Arnaldo Antunes, Nando Reis, Paulo Miklos e Charles Gavin e Branco Mello juntou-se mais tarde na 2ª parte do show, embora fragilizado fisicamente.



Também Liminha, o produtor brasileiro e ex-baixista de “Os Mutantes” esteve presente como convidado na guitarra ritmica e Alice Fromer entrou mais tarde no cenário, em substituição do seu pai, Marcelo Fromer, vítima de acidente de viação em 2001.
Durante a atuação da banda projetaram exibições de álbuns como por exemplo “Titãs” (1984), “Õ Blésq Blom” (1989), “A Melhor Banda de Todos os Tempos da Última Semana” (2001), entre outros.

Logo na primeira parte do concerto, que abriu com os hits de um rock dos anos 80, com letras que inflamavam os ânimos com os temas emotivos e controversos que se enquadram nos dias de hoje, como “Tô cansado”, “Igreja”, “Homem primata”, “Estado violência”, “Comida”, “Nome aos bois” e “Cabeça dinossauro”, a temperatura da sala aumentou.

Começa a segunda parte. Um set acústico. A sala fica ao rubro quando Branco Mello, entra, silencioso mas muito envolvente e eloquente e inicia com um dos mais recentes êxitos e o mais sentido pelos fãs, “Epitáfio”.
Todo este cenário foi de uma extrema emoção que originou as maiores e mais bonitas demonstrações de carinho, saudade e celebração dos fãs. Terminou com “Toda a cor” e “Não vou me adaptar” cantadas lado a lado com Alice Fromer.

O público não queria que aquele “Encontro” acabasse e ao som dos habituais pedidos de “só mais uma”, a banda volta para tocar “Miséria”, “Marvin” e “Sonífera Ilha”.
Um encontro, sem dúvida alguma, inesquecível.
Fotos: Paula Alveno