
Está em cena no Teatro Aberto o espectáculo TEMPESTADE AINDA, de Peter Handke, uma encenação de João Lourenço e interpretação de Carolina Picoito Pinto, Crista Alfaiate, João Pedro Vaz, Luís Barros, Manuel Sá Pessoa, Mia Henriques, Sérgio Praia e Susana Arrais.

Nesta versão de João Lourenço e Vera San Payo de Lemos, o escritor Peter Handke viaja no tempo, um sonho acordado e na primeira pessoa regressa à suas raízes, na região da Carintia, na Áustria.
A trama narra a história dos seus antepassados eslovenos na Segunda Guerra Mundial.

O escritor vive o seu “Eu” na paisagem das montanhas, florestas e vales da sua terra natal e ouve os relatos dos seus familiares do lado materno, o avô, a avó, a mãe, a irmã e os três irmãos da mãe que vêm ao seu encontro para lhe contarem a opressão de que foram alvo sob o domínio nazi como a proibição falar a sua língua nativa e a partida forçada para a guerra a usar o uniforme alemão, entre outros fatos.

O autor mistura memórias com factos e ficção numa tentativa de homenagear os seus e destaca incidentes obscurecidos ou esquecidos pelos livros de História.

O título que evoca a didascália Storm still, de Rei Lear, de Shakespeare, sintetiza no autor a sua compreensão da história em que o passado continua no presente, as vozes dos antepassados continuam presentes, não param na sua cabeça e são transmitidas aos espetadores, o que significa que existe “A Tempestade Ainda”.

Na sessão do dia 4 de Fevereiro, no final do espetáculo terá lugar uma conversa com o público.