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Heather Morris: “Não sou fascinada por Auschwitz, mas sim pela resiliência e a coragem”

“Stories are what connect us, and remind us that hope is always possible”

Heather Morris, nascida em Te Awamutu, Nova Zelândia, amante de desporto e com um jeito natural para contar histórias, era uma apaixonada por livros, encontrando neles o seu refúgio.

Já conhecíamos a sua obra, sobretudo o êxito estrondoso da obra O Tatuador de Auschwitz, que já vendeu 90.000 exemplares em Portugal e 6 milhões em todo o mundo.

Através da Editorial Presença, solicitámos a Heather Morris nos desse uma pequena entrevista para a conhecermos melhor.

Ficámos felizes quando acedeu ao nosso pedido.

À conversa com Heather Morris

Olhando para a sua fotografia, nota-se, no seu olhar, doçura e serenidade, mas também um misto de ânsia pela procura da verdade. Tudo isso desperta a nossa curiosidade e leva-nos a perguntar: Quem é Heather Morris?

Essa é uma pergunta a que um membro da minha família responderia melhor… Moro na Austrália, mas considero-me uma rapariga do interior de uma pequena cidade da Nova Zelândia. Tive uma educação simples que determinou a forma como eu viria a criar os meus filhos. Tanto a família como e comunidade são extremamente importantes para mim. Tive muita sorte por ter conhecido Lale, o Tatuador de Auschwitz, e agora viver o 3º Ato da minha vida a viajar, falando sobre os meus livros e as histórias de Lale e Gita, Cilka, Lívia, Magda e Cibi. Quando não estou a fazer isso, sou uma amorosa avó de cinco pequenos seres, entre os 3 e os 10 anos, de quem moro muito perto, em Brisbane, na Austrália.

Assim como a música, a escrita é o elixir dos Deuses. Considero-a uma pessoa de emoções. Que sentimento pretende transmitir aos leitores, através dos seus livros?

Qualquer emoção/sentimento que alguém expressa/sente é o certo para essa pessoa, naquele momento. Ao lerem os meus livros, espero que os leitores possam entrar no tempo e na vida daqueles sobre quem escrevi. Não devem ficar lá, pois é um território perigoso, mas podem recordar o sentimento, a coragem e a esperança que esses jovens incríveis nos dão, através de sua sobrevivência.

O Tatuador De Auschwitz” é um livro emocionante, que mexe com as emoções. Porquê o seu fascínio por Auschwitz?

Não sou fascinada por Auschwitz, mas sim pela resiliência e a coragem daqueles que lá estiveram, tenham sobrevivido ou não. Tentei encontrar um denominador comum, mas não consigo. Lá, as memórias são diferentes, o que acredito que se deva ao facto de cada indivíduo ter seu próprio nível de maturidade, de educação e de experiências anteriores. Acho fascinante olhar para essas características.

 A sua citação “Stories are what connect us, and remind us that hope is always possible” é profunda e sensível. O  seu novo livro “Histórias de Esperança” é uma viagem através de diversas experiências da sua vida. Considera que essas histórias de vida são a esperança do amanhã?

São as minhas histórias de esperança. Todos nós temos as nossas próprias histórias e experiências, e, quando as temos em consideração, podemos encontrar uma luzinha daquilo que pode ser o amanhã, o dia seguinte, e assim por diante. Inspiremo-nos noutras histórias, procuremos conexões com as nossas próprias vidas. Muitas pessoas disseram-me que o facto de lerem acerca da sobrevivência de Lale e da esperança que ele tinha de viver uma vida longa e feliz com a mulher que amava deu-lhes esperança para enfrentarem os seus próprios desafios e viverem as suas próprias vidas.

E agora, o que vem a seguir? Quais são os próximos projetos?

 Eu tenho duas linhas de histórias muito poderosas que estou a ponderar e, em breve, tomarei uma decisão acerca do caminho que vou seguir. Não são histórias sobre o Holocausto, mas histórias de pessoas reais, pessoas comuns que viveram tempos extraordinários.

A pandemia da Covid adiou a sua vinda a Portugal, mas atrevo-me a perguntar-lhe: encontramo-nos na próxima vez que cá vier?

Sem dúvida. Espero regressar à Europa em setembro/outubro deste ano – muito em breve, portanto – e Portugal é, decididamente, um país que quero visitar. Fiquei arrasada quando o Covid me ‘apanhou’ em Paris e me impediu de ir a Lisboa…


Agradecimentos:

Editorial Presença

Foto:©_Tina_Smigielski

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