Escolhas Improváveis: A Escritora que Transforma o Quotidiano em Enigma
Marta Janicas fala sobre o seu segundo livro, a paixão pelo mistério e o desejo de ser lida com intensidade.

Entre o silêncio das noites e o burburinho dos dias, Marta Janicas escreve. Apaixonada pelas palavras, encontrou nos contos policiais uma forma de explorar os mistérios da vida — aqueles que se escondem nas entrelinhas, nos gestos, nas intenções.


Ao primeiro livro publicado “Sem ti não Voltaria a Viver”, surge com “Escolhas Improváveis“, o seu segundo livro, em formato ebook, totalmente gratuito, que é um convite à dúvida, à surpresa e à inquietação. Cada conto é uma porta entreaberta para o inesperado, onde o quotidiano se transforma em enigma.

Mas Marta não escreve apenas para resolver crimes fictícios. Encontrou nos contos em geral uma forma de explorar os mistérios da vida. Sonha ser reconhecida como escritora, não por vaidade, mas pela urgência de partilhar o que pulsa dentro de si. Nesta conversa, descobrimos a mulher por detrás das estórias — as suas inspirações, os seus desafios, e a coragem de quem escolhe a escrita como forma de vida.

O que te levou a escrever contos policiais? Há algum momento ou influência que despertou essa paixão pelo mistério e pela narrativa investigativa?
Comecei a escrever em 2018 e comecei logo um romance policial. Era o que eu queria escrever e só tive noção da dificuldade depois de começar. Desde essa altura, divido as minhas sessões de escrita em partes iguais de criação e de exploração, quer da escrita, quer do mundo criminal.
Com as minhas buscas, encontrei nos contos uma possibilidade diferente, a capacidade de escrever algo envolvente e ao mesmo tempo viciante e que, devido ao tamanho, de consumo sôfrego. Presumo que a maioria dos meus contos sejam policiais dada a minha predisposição, como leitora, para o crime e o mistério

Como surgiu o título Escolhas Improváveis? Reflete o conteúdo dos contos ou há uma história curiosa por trás da escolha?
O título é sempre a última coisa que decido num manuscrito, porque é uma questão de clic, quando chega a ideia dificilmente a troco por outra. Ele reflete o conteúdo do conto em questão, mas o conto também teve origem numa conversa muito curiosa que tive com uma amiga.


Qual foi o conto mais difícil de escrever e porquê? Houve algum que te exigiu mais emocionalmente ou tecnicamente?
O que eu escrevo é ficcional, mas considero que é impossível escrever sem colocar algo meu no texto que componho. Falando da parte emocional, não consigo fazer uma escolha, porque todos me tocaram de forma distinta. No caso do conto Escolhas Improváveis, a solidão da Antonieta foi a parte mais exigente de recriar.
Tecnicamente, posso dizer que os mais exigentes são os dois trabalhos que tenho inacabados – dois romances – , um deles é o primeiro manuscrito que comecei a escrever (desde sempre) e a dificuldade prende-se com a obtenção de dados fidedignos relacionados com as forças policiais.

Que tipo de escritora queres ser conhecida por ser? Tens alguma mensagem ou estilo que gostarias que marcasse a tua obra?
Quero ser conhecida por ser uma escritora imersiva. Que, independentemente da obra que partilhe, os leitores entrem e vivam a história do princípio ao fim, sem prejuízo de esquecerem a sua vida durante a leitura.

Se pudesses dar um conselho à tua versão mais jovem, quando começaste a escrever, qual seria? E que conselho darias a outras mulheres que sonham publicar os seus livros?
Tudo se torna mais fácil se acreditares em ti. Isto serve para mim e para todas.