O espetáculo “Dobra” de Romain Beltrão Teule, estreia a 28 de Novembro e está em cena até 7 de dezembro, de quinta a sábado, na Sala Mário Viegas do Teatro São Luiz.
“Dobra” é um espetáculo diálogo em que o palestrante começa por contar uma viagem onde achava ser perseguido pela sua dupla maléfica, o seu doppelganger.
Quando assistia a filmes franceses, dobrados em japonês, apaixonou-se por um designer de móveis desempregado que trabalhava em filmes de ação, enquanto duplo de um ator famoso.
No preciso momento o conferencista duplica-se. As palavras desdobram-se. O que está a contar transforma-se numa dança, as histórias transformam-se em gestos no local.
Dobra é uma peça que, de forma perspicaz, coloca em confrontação a possibilidade de manipulação, desde a tradução até à duplicação e põe em evidência a possibilidade de desvirtuar tudo o que é realidade.
Romain Beltrão Teule afirma: “A dobragem atrai-me como técnica de tradução, mas também como objeto plástico. Considero que dobrar uma voz é um ato político. Contrariamente às legendas, que permitem voltar à origem e fazer a nossa própria interpretação, a dobragem apaga ou desvanece o original. A nova voz substitui a primeira, tomando o poder. A dobragem cria uma nova identidade. Em Dobra, quero trabalhar em dois níveis que se influenciam: o texto e a situação performativa”.