Chorley’s, leva a leilão, este mês, duas descobertas emocionantes.

Chorley’s, uma casa de leilões do Reino Unido, com sede em Gloucestershire, tem uma vasta experiência e conhecimento na venda de arte e antiguidades de alto valor e realiza trabalhos de avaliação profissional para clientes particulares e corporativos.

A empresa vende para o mercado internacional, por meio de leilões realizados nas suas salas, localizadas nos terrenos em Abadia de Prinknash, que são transmitidos ao vivo para os licitantes, on-line através das plataformas de leilões da Internet The Saleroom e Chorley’s Live.

A primeira descoberta é uma carta do célebre filósofo, compositor, autor e teórico político suíço do século XVIII, Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), que foi descoberta quando foi levada aos leiloeiros em um dia rotineiro de avaliação. O proprietário não tinha ideia de para quem ou por quem foi escrito, pois estava escrito em francês!

Após uma investigação mais aprofundada, os especialistas de Chorley conseguiram verificar que a carta e a assinatura eram genuínas.

A carta escrita por Rousseau, um ‘influenciador’ de sua época, contribuindo para movimentos políticos e sociais, como autor, escritor e compositor. A sua filosofia política influenciou o progresso da “Era do Iluminismo”, que se resume como a era da razão, da compreensão do mundo e do universo, da razão e da religião, bem como da ética e da organização social. Escrito por Rousseau para Monsieur Le Chambrier, um diplomata do Reino da Prússia, que estava estacionado para proteger o município de Neuchâtel, na Suíça. Uma tradução da carta mostra Rousseau pedindo ajuda para a situação de uma mulher após um incêndio. Le Chambrier bem conhecido de Rousseau, é mencionado nas suas memórias: “As Confissões de Jean-Jacques Rousseau”. A carta tem um valor estimado de € 3.512,64 a € 5.854,4 (£ 3.000 a £ 5.000).

A segunda descoberta, a única carta escrita pelo célebre poeta inglês Lord Byron (1788-1824), a John Cartwright (1740-1824), o reformador político conhecido como o “Pai da Reforma”, foi encontrada numa casa de campo. em Gloucestershire, onde permaneceu durante décadas, logo nunca foi publicada ou vista pelo público antes.

Lord Byron foi o poeta mais elegante do século XIX, bem como o mais famoso. Ele liderou o Movimento Romântico, uma filosofia criativa com foco na individualidade e na emoção, bem como na paixão pela natureza e na reminiscência do passado. O movimento romântico acentuou a forte emoção como fonte genuína da experiência estética, o que se adequava bem à reputação de Lord Byron como herói romântico, manifestada tanto nas suas obras como na sua própria vida.

George Gordon Noel, sexto Barão Byron, foi educado na prestigiosa Harrow School, depois no Trinity College, em Cambridge. Era apaixonado por viagens e em 1809 partiu para uma viagem de dois anos por vários países do Mediterrâneo e retornou à Inglaterra em 1811 e em 1812 e foram publicados os dois primeiros cantos de ‘Childe Harold’s Pilgrimage’, o que transformou Byron em um sucesso instantâneo.

No entanto, junto com sua fama, os escândalos circularam e, em 1814, a meia-irmã de Byron, Augusta, deu à luz um filho que se acreditava ser dele.

Com o fracasso de seu casamento, casos escandalosos e dívidas crescentes e sua reputação foi afetada e Byron deixou a Inglaterra em abril de 1816 e nunca mais voltou.

No seu primeiro verão fora, ele ficou no Lago Genebra com o escritor britânico Percy Bysshe Shelley (1792-1822), sua esposa Mary e meia-irmã de Mary, Claire Clairmont, com quem teve um filho.

Depois disso, estabeleceu-se em Itália por seis anos e, durante uma estadia em Veneza em 1819, cortejou Teresa Guiccioli, esposa de um nobre italiano, o que estimulou um período criativo no qual Byron escreveu muitas de suas obras lendárias, como ‘Don Juan’.

Em 1823 decidiu juntar-se aos insurgentes gregos que lutavam na guerra de independência contra o Império Otomano, mas em 1824 foi acometido de febre em Missolonghi e morreu.

A sua morte, sentida com grande trisreza em toda a Grã-Bretanha, resuktou na sensação de “voltar para casa” entre os seus devotos quando o corpo foi trazido de volta para Inglaterra para ser enterrado na sua casa ancestral em Nottinghamshire.

Apesar de sua reputação, ele continua sendo um dos maiores poetas ingleses, com obras como Don Juan, Child Harold’s Pilgrimage e Hebrew Melodies, para citar algumas de seu repertório.

A carta endereçafa a John Cartwright, foi um reformador e político inglês. Serviu na marinha sob o comando do pai de Lord Byron, almirante John Byron, entre 1765-1770. Conhecia Lord Byron desde criança, o que explica o encontro mencionado na carta. Cartwright, nascido em Nottingham, era o irmão mais velho de Edmund Cartwright (1743-1823), o famoso inventor do tear mecânico.

Com diversas campanhas durante a carreira na Marinha, subiu major da Milícia de Nottinghamshire em 1765.

Mais tarde, solicita a reforma parlamentar o que fez durante a maior parte de sua vida, e foi assim que alcançou o título bem conhecido como o Pai da Reforma.

Publicou o seu primeiro trabalho no parlamento em 1776, com a maior parte da sua campanha a visar o sufrágio masculino e mais tarde o sufrágio universal.

Fez petições incansáveis durante anos pela reforma social e em 1818 formou o jornal para a causa, intitulado Manchester Observer.

A sua obra mais famosa intitulada “A Constituição Inglesa”, que enviou ao Presidente dos Estados Unidos, Thomas Jefferson, e de quem recebeu uma resposta favorável, que terminava “…. Rezo para que aceite garantias da minha elevada veneração e estima pela sua pessoa e carácter. ” Além da reforma social, Cartwright esteve envolvido na melhoria agrícola na Grã-Bretanha e conduziu testes de colheita em sua própria propriedade.

Morreu em Londres em 1824 e ergueram em sua honra, um monumento no cemitério da igreja, em North Finchley, Londres.

Agradecimentos: Chorley’s Auctioneers and Sandina Maylor